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Cap. 48

Ilustração com um fundo preto no o qual, ao centro, está um retângulo amarelo, dentro do qual, à esquerda, está a silhueta da metade superior do corpo de um homem. Na parte inferior do retângulo há a silhueta de uma mão pedindo ajuda, Fora do retângulo, à direita, aparece um olho amarelo reptiliano.

A píton envolve Wayne, não importa o quanto chute, soque ou se debata.

Ele procura por algo para bater ou perfurar o animal, mas não há nada útil ao seu alcance.

— Índio, você está aqui?— grita, já mostrando desespero.

O indígena até escuta, mas suas costelas mal o deixam tentar respirar, quanto mais se mover. Não fossem o estrondo e o chamado de Venim, certamente seus órgãos e entranhas já teriam aberto caminho para fora do corpo por todos os orifícios.

O xerife percebe que está sem saída. Pensa em seus erros, se arrepende por não ter atirado no homenzinho que o levou para aquela cilada e, principalmente, por não ter atirado em Augustus. Várias vezes.

Subitamente, pela porta da carroça surge a silhueta de um homem.

— Oh! Vejo que estão ocupados. – diz o homem com um leve sotaque russo ao olhar Wayne envolto pela cobra e Venim morta no chão. — Vou deixá-los a sós, perdoem a interrupção.

Ele se vai levando as últimas esperanças de Wayne.

Mas o homem retorna e se aproxima. É Dimitri, que sarcasticamente acrescenta: — Desculpem interromper novamente, mas acho que gostariam de saber que a carroça está pegando fogo. Do svidaniya!

Ele se vai novamente e Wayne acrescenta em seus arrependimentos ter atirado só nas mãos daquele lazaren...

Mais uma vez uma silhueta surge à porta. – Vá para o diabo, seu saco de estrume — grita Wayne. — Me deixe morrer em paz.

O homem se aproxima e a cabeça da cobra voa pela porta afora.

— Preciso de você vivo — diz Augustus, com voz decidida e sangue de cobra escorrendo pela espada. — Você viu Dimitri? É aquele homem que...

— Eu sei quem ele é — interrompe o xerife enquanto se desvencilha da píton. — Ele passou por aqui, mas já foi embora. Os dois saem da carroça enquanto as chamas aumentam.

— Venim mandou três de seus cúmplices para Rotten Root – avisa Augustus. — Volte para lá, pode ser que precisem de ajuda. Eu vou procurar Dimitri.

O xerife percebe que a entonação de Augustus está mudada, mais firme e menos amistosa. Ainda assim, o fato de ter cortado a cabeça daquela cobra e salvado sua vida não lhe dava o direito de começar a dar ordens.

Wayne toma fôlego para expressar seu protesto, mas Augustus é mais rápido: — Onde está o índio?
 

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